domingo, 30 de agosto de 2009

Sobre Cony e Boff

Acordar cedo no sábado não é legal. Especialmente depois de uma noite de sexta, digamos, conturbada. Mas lá fui eu, pra bienal, com o espírito desarmado, para o Café Literário. Qual a minha surpresa, quando percebí que cheguei no mesmo momento que meu entrevistado do dia: Leonardo Boff. Fiquei mais surpresa ainda quando o autor viu seu livro na minha mão e veio falar comigo. É, o Boff pediu para me dar um autógrafo. A bela dedicatória está aqui ó:

Aproveitei e já fiz a entrevista na hora, lógico. Mas depois eu conto, porque após essa feliz coincidência, entrei no já iniciado bate-papo com Carlos Heitor Cony.

Cony falou de sua carreira de jornalista. Contou que deve ser o único repórter que ao ser demitido teve um chefe pedindo demissão junto em solidariedade. O escritor falou também sobre José Sarney e os perigos da imprensa, lembrando que o mesmo Sarney que hoje é excomungado é o mesmo que ontem era exaltado. Como isso é um blog, posso dar minha humilde opinião e dizer que concordo com ele. É preciso cuidado na pista.

Outro ponto interessante foi quando Cony falou sobre a figura de seu pai em sua literatura. Questionado sobre seu pai assumir papel de vilão em seus livros, com muito bom humor Cony contou que seu pai era um homem muito feliz e então soltou a seguinte frase: "a felicidade é uma forma de vilania". Arrancando sorrisos da platéia, Cony explicou que a felicidade de seu pai o incomodava, como na vez em que ele o encontrou no ônibus e seu pai começou a falar sobre gonorréia. Em alto e bom tom. Desde então, Cony tomou seu pai como parâmetro para suas ações. Sempre que tem uma dúvida, diz se perguntar: "O que meu pai faria?" E então ele vai e faz o contrário.

Depois da diversão que foi o café com o Cony, chegou o horário do Leonardo Boff. E aqui vale um parêntese: eu nunca tinha lido Boff até ontem.

No ônibus para a bienal abrí o livro do início do post "A Opção Terra - A solução para a Terra não cai do céu". Esse papo de vamos unir nossas forças e salvar o planeta pra mim parece um tanto pretensioso. Meio de má vontade comecei a folhear (acho que eu nem devia dizer isso aqui né?) e tomei na cara. O cara - Leonardo Boff - tem uma visão incrível disso tudo.

Com capítulos super explicativos e com respaldo teórico (todos eles têm uma extensa bibliografia no final), o teólogo-filósofo dá um banho em muito eco-chato. O capítulo que lí fala sobre a mesma idéia interessante sobre a qual ví um vídeo esses dias no youtube: o fato de que a Terra (Gaia) é um macro-organismo que tem passado por catástrofes através dos milhares de anos. E que se o ser humano não se cuidar, Gaia se livrará dele. Resumindo: se entendí direito, ao invés de dizer que nós vamos acabar com o mundo, o certo é dizer que se não cuidarmos bem do planeta ele é que vai acabar com a gente.

Boff começou a conversa dizendo que o Café Literário com o Cony lhe serviu para desopilar os bofes. Eu sabia que aquela conversa prometia. O que mais pensar de um cara que diz que se você não se cuidar com o vaticano cai na fogueira?

O teólogo alertou para o fato que o ser humano está consumindo mais do que a Terra pode produzir e que até o final do século a projeção é de que a temperatura do planeta aumente em 9°C. Ao ser perguntado sobre ser ou não vegetariano, Boff disse que não e se explicou dizendo que o gado produz muito gás metano, na ruminação e na flatulência, e que, portanto, come a carne para diminuir o metano na atmosfera. Pode?!

Curiosos para saber minha pergunta para o escritor? Perguntei como um cara que acredita no Big Bang consegue unir a visão científica e evolucionista com a teologia e a fé. Boff disse que para isso a grande questão é onde colocamos Deus. Para ele, Deus está abaixo, antes de tudo, é o mistério e o inefável. A base do universo. O escritor disse ser bobagem a teoria criacionista, nada de Adão e Eva para ele. Boff falou que Deus está toda hora criando, constantemente, ou voltaríamos para o nada. Visão interessante né? Bem, eu sempre achei a tal história do Adão e Eva muito mal contada mesmo...

O Café Literário é uma ótima oportunidade pra conversar com grandes pensadores. Além de tudo, o café e o pão de queijo são de graça...
É para alimentar o corpo e a alma.

Hoje tem Antônio Cícero às 15h, Lucia Durães às 16h e Francisco Pimpão às 17h.

A programação completa está no site da bienal. Tem o link no post anterior.

Termino com duas frases legais que ouví no Café ontem:


"Eu escreví, mas ninguém tomou providências" - Carlos Heitor Cony


"A igreja é uma coisa muito complexa: há desde pedófilos até santos" - Leonardo Boff.












quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Errata - Agenda da Bienal de Curitiba

Os horários que eu havia passado no post anterior foram em boa parte alterados, então acho bom quem tiver a intenção de ir, dar uma olhada na programação completa aqui:

http://www.bienaldolivrocuritiba.com.br/programacao/programacao_geral.pdf

Eu, é claro, estarei por lá ;)

Eventos na Bienal

Leonardo Boff participa da Bienal do Livro de Curitiba. Na ocasião, ele autografa Opção terra, onde aponta saídas para a salvação do planeta da destruição da biosfera e da extinção humana pela solidariedade e o cuidado com a natureza.
Data: 28 de agosto
Horário: às 19h30


Carlos Heitor Cony e Moacy Scliar participam de mesa-redonda durante a Bienal do Livro de Curitiba. Cony lançou, recentemente, em co-autoria com Anna Lee, o segundo livro da série Duda, Jacaré & Cia, O monstro da Lagoa do ABaeté.
Data: 29 de agosto
Horário: às 9h


Os poetas Ivan Junqueira e Antonio Cicero participam de mesa-redonda durante a Bienal do Livro de Curitiba, onde Ivan autografa seu décimo livro, Cinzas do espólio.
Data: 30 de agosto
Horário: das 19h30 às 21h30


Miguel Sanches Neto participa da Bienal do Livro de Curitiba, onde autografa seus livros, entre os quais A primeira mulher, um romance multifacetado.
Data: 31 de agosto
Horário: das 19h30 às 21h30


Carlos Herculano Lopes e Domingos Pellegrini participam da Bienal do Livro de Curitiba.
Data: 02 de setembro
Horário: das 19h30 às 21h30


Um dos mais conceituados escritores brasileiros contemporâneos, Cristovão Tezza participa da Bienal de Curitiba, em mesa com João Gilberto Noll e Raimundo Carrero. Após o bate-papo, Tezza autografa seu romance, O filho eterno, vencedor dos principais prêmios literários do país.
Data: 03 de setembro
Horário: das 19h30 às 21h30


E aí, vai em qual?
Eu quero ir em TODOS :D

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Lembra de mim? - Sophie Kinsella

Já imaginou acordar sem memória num hospital? Mais estranho ainda: acordar sem memória num hospital e descobrir que você se transformou em outra pessoa? Ainda é o corpo com o qual você nasceu, mas muito mais malhado, com cabelos e dentes muito mais brilhantes do que você jamais ousou sonhar ter. Imagine que você roía as unhas antes e acorda com elas perfeitas e brilhantes. Imagine que você namorava um imbecil e acorda casada com o cara mais lindo que já viu.

Imaginou? Parece bom não é? Pois foi isso e muito mais o que aconteceu com Lexi Smart, protagonista do livro Lembra de mim?. Só que ela não sabe como. Simplesmente acordou após sofrer um acidente com sua Mercedes - sim, agora ela não anda mais de ônibus, na sua nova vida tem um Mercedes conversível - sofrendo de perda de memória dos últimos três anos da sua vida.

Quem ler esse livro poderá acompanhar a trajetória de Lexi tentando reconstruir a própria história. E a vida perfeita vai se mostrando, adivinha? Não tão perfeita. É praticamente um castelo de cartas a ponto de desmoronar.

Bom para dar muitas gargalhadas, Lembra de mim? foi publicado pela editora Record esse ano. Sophie Kinsella é a autora dos livros da série Becky Bloom, que faz tanto sucesso entre as mulheres que virou filme:



Para as fãs de Marian Keyes, é uma ótima pedida se vocês se forçarem a ler até o terceiro capítulo para acostumar com o estilo de escrever da Sophie Kinsella. Daí pra frente é só alegria...

Recomendo. Principalmente se você gostar de girassóis...


Contagem regressiva pra Bienal do Livro de Curitiba! Quem vai levanta a mão! o/

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A inconfundível Marian Keyes


Marian Keyes é uma autora irlandesa com vários bestsellers no currículo. A sua receita do sucesso é a maneira de escrever para mulheres. Com um estilo inconfundível, Marian faz com que todos os dias milhares de pessoas se deliciem com suas histórias de protagonistas sempre muito peculiares, tão reais que sempre acabam sendo parecidas com alguém que você conhece. Todas têm defeitos, inseguranças, manias, que acabam as tornando muito humanas.

Pode ser que você ache uma perda de tempo ler esse tipo de livro, já que ele não tem grandes literatices. Nesse caso provavelmente você não gosta de assistir a comédias românticas também. Dessas com roteiros bem elaborados, que valem à pena.

Caso você não conheça o estilo da Marian Keyes, pode até se enganar pensando que é uma coisa meio "Emanuelle", lembra? Aqueles romances melosos de banca de jornal? Mas passa longe. Embora as personagens dela sempre estejam às voltas com algum imbróglio amoroso, o foco das histórias costuma ser outro. A carreira profissional, presente em vários dos livros, a depressão e até mesmo a luta contra as drogas. Só que a Marian consegue deixar esses temas absurdamente engraçados.

A própria Marian Keyes passou por reabilitação. Depois dessa Rehab surgiu "Férias!", um de seus romances mais aclamados. Neste livro dá pra perceber que outro fato nos romances da autora é que as personagens secundárias também são muito detalhadas. Daí normalmente cria-se uma identificação com o leitor, com algum desses personagens. Eu por exemplo, sou a Tara, comedora compulsiva. Como ela, se estiver nervosa sou capaz de comer um saco de pão de forma. E também adoraria encontrar um batom indelével. Não entendeu? A Tara está no livro "É agora... Ou nunca!". Leia os livros da Marian Keyes e irá se identificar também, eu garanto...

Outro ponto interessante nas histórias da Marian Keyes é que a maioria de seus livros são interligados. As personagens principais de grande parte dele são parentes. É o caso da protagonista de Melancia, o primeiro romance da autora, publicado em 1995. Ela tem algumas irmãs que também viraram bestsellers. Mas quem sou eu para estragar a surpresa? Só lendo pra descobrir ;)

Na foto os quatro livros da Marian que tenho. O sapo é um marcador de páginas super fofo que comprei na Livrarias Curitiba.

Para quem se interessou pelos livros, alguns estão disponíveis na internet em formato e-book. No 4shared tem alguns e também no esnipes.

Para saber mais sobre Marian Keyes:
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=589056


Livros já publicados no Brasil:

Melancia (Watermelon) - 2003
Férias (Rachel's Holiday) - 2004
Sushi (Sushi for Beginners) - 2004
Casório!? (Lucy Sullivan is getting married) - 2005
É agora...ou nunca (Last Chance Saloon) - 2006
Los Angeles (Angels) - 2007
Um bestseller pra chamar de meu(The other side of the story)-2008

Câmbio, desligo.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Ótima novidade!


Já não era sem tempo! Finalmente uma Bienal do livro em Curitiba!
Prometo postar mais detalhes na sequência...

sábado, 15 de agosto de 2009

Livros mais vendidos segundo a VEJA

Ficção:
1 - A Cabana - William Young - Sextante
2 - Amanhecer - Stephenie Meyer - Intrínseca
3 - Lua Nova - Stephenie Meyer - Intrínseca
4 - Eclipse - Stephenie Meyer - Intrínseca
5 - Crepúsculo - Stephenie Meyer - Intrínseca
6 - O vendedor de sonhos - Augusto Cury - Academia de inteligência
7 - O vendedor de sonhos e a revolução dos anônimos - Augusto Cury - Academia de inteligência
8 - Leite derramado - Chico Buarque - Cia das Letras
9 - O Negociador - John Grisham - Rocco
10 - A Cidade do Sol - Khaled Hosseini - Nova Fronteira

*A lista completa com os 20 mais vendidos de ficção, não ficção e auto-ajuda e esoterismo pode ser visualisada no link:

http://veja.abril.com.br/livros_mais_vendidos/

Pornopopéia



Ok. Confesso que quando comecei a ler esse livro pensei: "_Nossa, esse cara não cresceu?" Não estava acostumada com o estilo do Reinaldo Moraes. Esse autor foi aclamado pelo seu primeiro romance, Tanto Faz, na década de 80 ao que me parece.
A história do livro começa quando um diretor underground precisa criar um roteiro para um vídeo institucional. Sobre, adivinha? Embutidos de frango... Imagina a vontade do cara... Pra ajudar, o protagonista, Zeca, tem uma quedinha por coisas ilícitas - leia-se drogas, muitas drogas - e sexo. Não com sua esposa, logicamente. Entre um "tirinho" e outro, Zeca vive uma verdadeira epopéia.
Se você conseguir ler o primeiro capítulo e se acostumar com a montoeira de palavrões e termos como "imeio" - que confesso, me incomodaram um pouco - acaba gamando. Isso mesmo. Porque o Reinaldo, acusado por muitos de ser um autor que não cresceu, escreve com maestria e muita inteligência, colocando no texto umas sacadas nada menos que geniais. E o autor também não subestima a inteligência de seus leitores, colocando no texto referências explícitas e implícitas a Rimbauld, Hitchcock, Jimmy Hendrix, Doors, outras línguas, religião, cinema e por aí vai.
Ok, não te convencí? Vou então postar um trechinho do capítulo 6, quando Zeca, o protagonista, seu amigo Ingo e a jovem Sossô vão a um templo de Bhagadhagadhoga. Isso mesmo, você não leu errado. Espia:

"O jardim tinha o formato dum retângulo imperfeito recoberto por uma pequena hiléia de plantas altas e arbustos baixos, cortada por umas trilhas estreitas que se cruzavam em trama labiríntica. No centro do retângulo havia um círculo de grama baixa salpicada de tufos de flores variadas. Fomos desembocar nesse círculo central seguindo os passos do Ingo, que se movia com segurança pelo labirinto. Proust haveria de saber o nome de cada uma daquelas flores e plantas. Caio Fernando de Abreu também. Eu só conhecia o cipreste, que sempre associei a enterros e telas surrealistas. Uma das vantagens do cinema sobre a literatura é essa, a de desobrigar o autor de nomear as flores nos cenários. Por mim podiam ser armênias silvestres, jambronas do campo, rabos-de-babuíno-da-Tanzânia, lambrequinhas-da-serra e o cu-florido-a-quatro. Em todo caso, eram lindas, e suas cores me deixavam rastros cromáticos nas pupilas lisergizadas a cada chicote do olhar.
Cacete, pensei, bem que o Ingo tinha avisado: puta ácido, meu. Percorrendo mais um pouco o labirinto ajardinado fomos dar noutra clareira com quatro ícones de cimento dispostos em cruz. De acordo com o nosso personal bodhisattva, as quatro figuras demarcavam os quatro cantos místicos do universo pra onde os fiéis devem dirigir orações específicas ao longo do dia. Um dos ícones, o maior, que parecia presidir o cenário, representava uma bailarina de peitos nus e quatro braços dando a impressão de movimento. O dedão e o indicador de uma das mãos superiores se fechavam numa rosquinha endereçada aos mortais, enquanto a outra mão espetava o dedo médio para o céu, num fuck-you cósmico. Uma das mãos de baixo apontava com o indicador para a terra. A outra mão inferior armava uma espécie de saudação surfista, dedão e dedinho esticados num hang loose.
O Ingo foi explicando que aquela ou aquele - ambos os sexos numa só entidade - era Shiva Parvati, o manda-chuva da cosmogonia védica que zela pelos grandes ciclos de criação e destruição do universo material, sendo que, na versão baghadhagadhoga, Shiva é encarado como uma das manifestações do touro místico, o grande Zebuh Bhagadhagadhoga, de cujo badah-lingam sempre alerta dimana a energia que anima todas as formas de vida do planeta.
Os braços de cima da divindade, explicou Ingo, agiam no plano espiritual, bem acima da rota dos aviões de carreira. Os debaixo atuavam no mundo terreno, tangível, cuspível e cagável. Aquele dedo apontando pra terra, por exemplo, nos lembrava que, mais cedo ou mais tarde, seria alí a derradeira morada de todos nós, cineastas marginais, lavadeiras gostosas, girls despiroquetes, trombadinhas performáticos, citaristas de música indiana, esposas iracundas, síndicos escrotos, diretores de marketing endógeno, traficantes sacanas e suas putinhas portáteis, e tutti quanti. Agradecí o aviso e perguntei:
"E qualé a dos peitinhos da figura, Ingão? O que é que eles significam?"
Sossô riu do tiozinho lubricão. Mas o Ingo rebateu no ato, sério:
"O peito direito dá o leite do bem, o esquerdo o do mal. Os dois juntos são o alimento fundamental da consciência humana."
"Prefiro cerveja e cachaça", tasquei, boçal mas sincero.
O Ingo ria de tudo, complacente. E a Sossô ria junto com ele, por simbiose. Fazer uma mulher rir é fundamental. Mas tem que ter cuidado: se ela ficar rindo demais, o tempo todo, é sinal de que você virou um palhaço. E palhaço não dá tesão em mulher nenhuma. Palhaço só dá medo em criança. E era isso, afinal, que o Ingo estava virando para a Sossô: um clown - o clone do clown do Marsicano. Bom pra mim, no caso.
Seguimos, então, por outras trilhas, numa das quais topamos com uma fonte de cimento formada por uma bandeja de cimento no topo de uma coluna de metro e meio de altura. Em cima da bandeja se assentava em flor de lótus um pequeno Buda sorridente a verter água pelo umbigo. O cano com a água só podia estar entrando pelo rabo do Buda, vindo de dentro da coluna, o que submetia o gordinho careca a um clister permanente. Pelo sorriso dele, isso não parecia incomodar muito. A água vertida pelo umbigo do Buda transbordava da bandeja, escorria pela coluna e se infiltrava num grande ralo circular em torno da base. O Budinha lá em cima parecia levitar sobre um lago suspenso formado por seu próprio mijo incolor. Olhar praquilo me fezrebentar numa gargalhada patológica. No meu relógio subjetivo, durou dez minutos a gargalhada. Ou quinze. O Ingo, solidário, também soltou seu riso socadinho. Sossô riu por último, mas riu melhor e mais gostoso. Quando pude me controlar, mandei com brio:
"Se esse Buda mija pelo umbigo, nem me atrevo a perguntar por onde ele caga!"

Por essas e outras, muitas vezes me peguei rindo alto, rindo sozinha no ônibus - sim, eu leio no ônibus - ao ler essa bagunça originalíssima que é o Pornopopéia. Só que esse é um livro perigoso de se ler no ônibus e em outros locais públicos, pois honra o título, tem muitas passagens pra lá de picantes.

Quem quiser ler, Pornopopéia foi editado pela Editora Objetiva e está disponível nas principais livrarias. Tem 475 páginas e o preço médio é entre 40 e 50 reais.

Meu último argumento e algo que me fez simpatizar com o Reinaldo Moraes, é o fato de que a pedido do autor, o livro não segue as normas do novo acordo ortográfico. Eu, particularmente, adorei. Até 2012, trema na linguiça! ;)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Muitos, muitos e-books

Como um presentinho de inauguração, vou dar uma dica de amiga para vocês, o site

http://www.portaldetonando.com.br/forum/portal.php

É a maior biblioteca virtual que conheço. Lá vocês encontram milhares de e-books para baixar!
Dá pra ler no computador ou no mp4, celular...
Bem, divirtam-se...

Começando do começo

Acho que minha vida pessoal deve ser o que menos interessa a quem vai ler esse blog. Mas acho que um breve perfil pode ser interessante para que vocês entendam como cheguei até aqui.
Adoro livros. Amo, sou alucinada, apaixonada, praticamente uma traça. Desde que fui alfabetizada. E desde então leio de tudo. Meu primeiro livro favorito foi Anita Mamã. Infelizmente eu dei ele para um orfanato junto com minhas barbies velhas e nunca mais achei outro exemplar para comprar...
Aos 10 anos caiu em minhas mãos um exemplar de Feliz ano velho, do Marcelo Rubens Paiva. Aí vocês imaginam, embora na época eu não tenha entendido metade, percebí o potencial que os livros tinham para me ensinar coisas novas... rs
Desde então trabalhei em algumas livrarias, sempre com o intuito de ficar perto deles, os livros. Ah, os livros.
Por causa deles também levei suspensão no trabalho, fui pega lendo escondido.
Mas isso não fez com que gostasse menos dessas viagens no papel.
Acabei indo pra faculdade de jornalismo. Sim, Além de ler eu adoro escrever. Agora estou quase terminando a faculdade e ainda não achei um rumo. Só sei que a paixão pelos livros permanece intacta. E é perto deles que quero estar.
Então, se você que está me lendo também ama os livros, ou pelo menos simpatiza com eles, sinto lhe informar que somos minoria. O Brasil tem poucos leitores regulares. Mas se com esse blog eu puder estimular alguém a ler, ainda que uma só pessoa, já vou ficar feliz.
A ideia desse blog é divulgar livros interessantes, entrevistas com autores bacanas, sites de e-books...
Espero que com o tempo eu também possa sortear brindes (livros, claro!) para meus leitores.
Bem, se você leu até aqui, deve ser um leitor ávido como eu, que lê até bula de remédio, já que esse texto, escrito na pressa, não deve ser dos mais agradáveis. Então, se esse for seu caso, boa leitura!